Não podemos esquecer que em se tratando de cinofilia, o valor de mercado de um animal está diretamente ligado ao seu fenótipo.
Criadores conceituados baseiam seus estudos de genética pesquisando através de fotos em revistas, anuários, livros ou na Web. Afinal o desafio é esculpir com a genética exemplares cada vez mais dentro dos padrões exigidos de cada raça.
Claro que todos querem possuir cães perfeitos e muitos gostariam de ver seu cão sem aquele “pequena imperfeição”.
Com os recursos digitais hoje disponíveis, muitos fotógrafos, inadvertidamente alteram o fenótipo do cão, antes mesmo do criador ou proprietário ver a foto original. Isso lhes garante a venda da fotografia e a satisfação do cliente, mas e o mercado? E o estudo genético? E o aprimoramento da raça?
Pensando nisso, passei a adotar em meus anúncios a legenda “foto: Johnny – Fenótipo do cão não alterado”e convido meus colegas, fotógrafos de animais a fazerem o mesmo. Afinal, quais referências as futuras gerações de criadores vão ter na hora de estudar seus cruzamentos?? Em que poderão acreditar??
Lembro que retoques digitais no fenótipo de um animal são validos apenas quando o objeto da publicidade não é a genética do cão e sim algum produto em especial como shampoo, alimento, remédio, etc… Neste caso, o nome do cão nem deve aparecer (afinal, este cão não existe, foi criado em computador).
Recursos digitais são validos nas fotos de cinofilia somente para se corrigir ou alterar um fundo, eliminar uma guia, um calo, um defeito adquirido na pelagem, etc. ou seja, um tratamento da imagem sem comprometer as linhas do cão.
Nossa opinião é de que isto deva ser feito com transparência. Sempre que o fenótipo do cão for alterado, o responsável pela publicidade deve acrescentar a legenda ”foto meramente ilustrativa”. (como é praticado na publicidade regulamentada).
Afinal, de que valeram anos de aprimoramento genético, se qualquer fotógrafo, com um pequeno conhecimento em retoques digitais, faz de um cão mediano um excelente exemplar?Com base nestes princípios, peço que reflitam sobre o valor de uma foto como esta.Aos colegas, seria interessante refletir sobre a fotografia como “eterno documento da verdade e agora a serviço da mentira”.
Crédito:
Johnny – João Carlos P. Duarte
+55(11) 9304 0110
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